
E não adianta achar que está livre de transmitir alguma doença por não manifestar sintomas. “Pode ser que uma pessoa tenha um microorganismo que não causa a conjuntivite nela porque sua flora bacteriana é de um tipo, mas vai causar na sua amiga, que tem uma flora diferente”, diz Queiroz Neto.
Outro costume considerado prejudicial pelo College of Optometrists é maquiar-se em movimento -no ônibus, no metrô ou no carro, por exemplo. “Arranhar o olho com a embalagem do rímel é o trauma mais comum decorrente de maquiagem e pode causar infecções oculares”, alertam os pesquisadores.
O velho conselho de retirar a maquiagem antes de dormir também deve ser seguido à risca. Isso porque produtos como pó e base dificultam que a epiderme possa “respirar”. “A maquiagem recobre algumas estruturas que têm função de eliminação, como as glândulas sebáceas. Isso pode interferir na saída do sebo e pode acabar provocando acne. Quem passa o dia com os produtos e ainda dorme com eles fica com a pele obstruída por muito tempo”, esclarece o dermatologista Davi de Lacerda, do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo). Ele recomenda ainda que a maquiagem seja de origem confiável. “Isso garante que a informação que está na embalagem é correta. Em maquiagens falsificadas, o que está nos rótulos não corresponde obrigatoriamente ao que está dentro.”
Segundo Susan Blakeney, muitas mulheres não imaginam que a causa de seus problemas de pele ou oculares seja a maquiagem. Ela cita o exemplo de uma paciente que foi recentemente ao seu consultório e que vinha sofrendo com olhos vermelhos e lacrimejantes havia anos. A melhora só ocorreu depois da suspensão temporária da maquiagem. “Hoje ela troca de rímel com freqüência e está bem”, conta.
Fonte: Folha de São Paulo, por Flávia Mantovani
Nenhum comentário:
Postar um comentário