segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Dividir cosméticos aumentam riscos de transmissão de doenças.

Dividir a maquiagem com amigas e familiares é outro hábito comum que deve ser combatido. Na pesquisa britânica, um quarto das mulheres ouvidas –quase todas com menos de 24 anos– confessaram que fazem isso, mesmo que uma em cada dez admita sofrer com freqüência de doenças como conjuntivites. Além do risco de transmissão de conjuntivite e de outros problemas oculares pelo compartilhamento de delineadores, rímeis e lápis de olhos, doenças como herpes podem passar de uma boca para a outra quando se divide o mesmo batom.
E não adianta achar que está livre de transmitir alguma doença por não manifestar sintomas. “Pode ser que uma pessoa tenha um microorganismo que não causa a conjuntivite nela porque sua flora bacteriana é de um tipo, mas vai causar na sua amiga, que tem uma flora diferente”, diz Queiroz Neto.
Outro costume considerado prejudicial pelo College of Optometrists é maquiar-se em movimento -no ônibus, no metrô ou no carro, por exemplo. “Arranhar o olho com a embalagem do rímel é o trauma mais comum decorrente de maquiagem e pode causar infecções oculares”, alertam os pesquisadores.
O velho conselho de retirar a maquiagem antes de dormir também deve ser seguido à risca. Isso porque produtos como pó e base dificultam que a epiderme possa “respirar”. “A maquiagem recobre algumas estruturas que têm função de eliminação, como as glândulas sebáceas. Isso pode interferir na saída do sebo e pode acabar provocando acne. Quem passa o dia com os produtos e ainda dorme com eles fica com a pele obstruída por muito tempo”, esclarece o dermatologista Davi de Lacerda, do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo). Ele recomenda ainda que a maquiagem seja de origem confiável. “Isso garante que a informação que está na embalagem é correta. Em maquiagens falsificadas, o que está nos rótulos não corresponde obrigatoriamente ao que está dentro.”
Segundo Susan Blakeney, muitas mulheres não imaginam que a causa de seus problemas de pele ou oculares seja a maquiagem. Ela cita o exemplo de uma paciente que foi recentemente ao seu consultório e que vinha sofrendo com olhos vermelhos e lacrimejantes havia anos. A melhora só ocorreu depois da suspensão temporária da maquiagem. “Hoje ela troca de rímel com freqüência e está bem”, conta.
Fonte: Folha de São Paulo, por Flávia Mantovani

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