quarta-feira, 23 de julho de 2008

Celulite.

Celulite támbém chamada de Fibroedemagelóide, é um processo que acontece com freqüência, e principalmente na mulher. Caracteriza-se por um conjunto de modificações bioquímicas e anatômicas do tecido dermo-hipodermico, sendo um caso patológico dos tecidos cutâneo e subcutâneo, caracterizado clinicamente por uma infiltração edematosa, de consistência irregular, alterações da permeabilidade das membranas, o que dificulta as trocas metabólicas e retenção de detritos orgânicos, congestão venosa linfática e hiperplasia de fibras do tecido conjuntivo, originando um processo fibro-escloroso com resultados inestéticos, fadiga, dores, adormecimento e inchaço constante nas pernas.

Processo Celulítico:

Para compreender melhor este processo, vamos falar primeiramente as noções básicas sobre o sistema circulatório. O sangue “limpo” é impulsionado pelo coração através das artérias. Em seu trajeto estas artérias vão se subdividindo, e por via de conseqüência tendo seu calibre estreitado, até chegar ao diâmetro de um fio de cabelo (capilares), cujas finas paredes permitem um contato íntimo entre o sangue e os tecidos. Através dos capilares arteriais, o sangue leva o oxigênio e os nutrientes necessários ao funcionamento adequado do organismo. Ao contrário, os capilares venosos “recolhem” os dejetos e as toxinas, encaminhado-os aos órgãos encarregados de eliminá-los do circuito. Podemos dizer que a união dos capilares arteriais com os capilares venosos, ocorre no tecido conjuntivo no momento em que o sangue arterial oferece alimento e oxigênio e incorporam resíduos e toxinas. Relacionemos, se existe uma deficiência de irrigação sanguínea (originando por diversos fatores que o médico deve identificar e diagnosticar), ocorre uma sobrecarga de toxinas superando a capacidade normal de eliminação dos capilares venosos, que leva a falha de sincronia do sistema, alterando então o equilíbrio funcional do tecido. Esta alteração denominada “celulite” e progressiva e divide-se em quatro etapas com características próprias que a definem com maior precisão.

Fase não visível:

A modificação interna não visível tem seu início com o entorpecimento do sistema de eliminação de dejetos, aumentando no interior do tecido conjuntivo a quantidade de líquido intersticial. Este acúmulo hídrico não é ainda perceptível exteriormente, sendo raramente observada alguma anomalia pela paciente. Alguns sintomas, como por exemplo: sensação de peso e cansaço nos membros inferiores podem levar o profissional, a um diagnostico precoce, oferecendo as possibilidades máximas de eficácia quanto à regressão do processo.

Fase exaustiva:

Se a congestão não é controlada, começa a comprimir os capilares, tendo como imediata conseqüência, a dificuldade e morosidade de retorno venoso e linfático. Para compensar esta capacidade, a rede venosa dilata-se as paredes dos capilares mais permeáveis (mais porosas e absorventes) e exsudam. Isto é, deixam escapar parte do conteúdo de soro e dejetos. O tecido começa a ficar intoxicado de um lado e inicia-se de outro, um círculo vicioso que torna a deficiência crônica, ou seja: maior compressão = maior dilatação = maior permeabilização = maior perda dos elementos sanguíneos = maior acumulo de líquidos = maior compressão. Isto significa na pratica que a celulite tem a propriedade de produzir mais celulite.

Fase de exaustão:

O mecanismo purificador previsto pela natureza está obstruído. Os resíduos, não sendo eliminados adequadamente pela corrente sanguínea de retorno linfático e venoso, transformam-se em corpos estranhos que provocam reações químicas de defesa. O tecido subcutâneo, antes flexível, passa a ter uma consistência viscosa cada vez mais espessa e essa densidade irrita por usa vez as fibras elásticas que ao enrijecerem, se contraem. A retração interna determinara modificações exteriores: cada retração de uma porção de fibras será causada pela fibrose subcutânea do tecido conjuntivo, gera o clássico quadro popularmente conhecido “aspecto de casca de laranja”. A modificação das fibras o acúmulo de líquidos (edema) e o aspecto gelatinoso (geóide) da substancia fundamental, explicam a denominação de fibroedemageloide, usada no meio medico para classificar a lesão.

Fase de degradação:

Os finos e delicados vasos sanguíneos, tencionados e comprimidos, começam a dobrar-se, criando mais obstáculos à circulação já prejudicada. Naturalmente ocorre um aumento de toxinas e o tecido fibroso continua endurecido até ficar maciço e hermético, formando “tabiques” (parede pouco espessa, geralmente de tabuas, usada para dividir comportamentos duma casa) parecido com uma casa de abelhas e aprisionando produtos nutritivos, dejetos, gorduras e água em seus “favos”. Chegara o momento em que o tecido irá comprimir e asfixiar além dos capilares venosos e arteriais, as fibras nervosas, determinando a aparição de algias (dor).
Classificação da Celulite:
Segundo o tipo: Generalizada ( por todo o corpo) ou Localizada ( somente em um determinado local no corpo).
Segundo a consistência: Dura (afetam pessoas jovens, de vida ativa, necessita de pinçamento no local pra conseguir visualizar, geralmente com estrias). Edematosa ( é precoce e com membros inferiores totalmente deformados) e a Flácida ( afetam pessoas sedentárias ou pós perda de peso, geralmente com nódulos).
Segundo a intensidade: Grau I:( Aparentemente sem derformação, com presença de deformidade na área afetada somente quando submetida à pressão. Não há alterações circulatórias. Se tratada aqui, as chances de melhora são de 100%). Grau II: (Compressão dos vasos sangüíneos e linfáticos, aumentando o volume celular e acumulando toxinas. As alterações na pele já sejam visíveis e palpáveis, sem dor. Nesse estágio, a possibilidade de melhora é de 80%). Grau III: (Aparecimento de nódulos subcutâneos, visíveis na superfície da pele, pele em casca de laranja Estas alterações provocam o endurecimento do tecido gorduroso, maior deficiência circulatória e maior acúmulo de toxinas. Pode ser dolorosa quando apertada. Mesmo assim, ainda há 60% de chances de melhora). Grau IV: (O tecido fica endurecido e doloroso e, a circulação sangüínea já está bastante comprometida. Esse grau afeta mais as pessoas que já acumulam complicações de saúde como diabete e obesidade. A expectativa de melhora é de 30%).
Mitos e tratamentos:
Refrigerante, cafezinho e comida carregada de sal dão celulite? E calça apertada? A resposta é não - embora eles possam agravar o problema. Com relação aos alimentos, deve-se tomar cuidado é com as calorias. “Os refrigerantes, por exemplo, contêm muito açúcar e fazem a gente engordar. Mas a versão light, quase sem calorias, pode ser consumida "normalmente”. E a cafeína vem sendo testada até como opção de tratamento.
Há, no Brasil, diversas terapias que prometem eliminar o mal literalmente pela raiz. Os métodos vão desde injeções de substâncias que dissolvem a gordura até o descolamento das depressões com o uso de uma agulha, passando por cremes, géis e medicamentos via oral. Os mais recomendados pelos dermatologistas, porém, são: drenagem linfática, massagem redutora, aplicação de laser, lipoescultura (técnica que retira a gordura de determinada parte do corpo e aplica em outra) e o manthus (ultrassom associado a uma corrente elétrica; os triglicerídeos são fracionados e eliminados pela urina). Qualquer um deles requer acompanhamento médico e fisioterapêutico - já que o tratamento muda de acordo com o paciente - e devem ser combinados a alimentação equilibrada, perda de peso e, claro, exercícios. Só a associação de várias técnicas faz com que tenhamos sucesso no tratamento da celulite.
ENTÃO O QUE AGRAVA OS FURINHOS?

Cigarro: diminui o tamanho dos vasos sanguíneos e dificulta a circulação.

Refrigerantes, Chás e Café: todas essas bebidas são estimulantes, liberam adrenalina no organismo e consequentemente, contraem os vasos.

Sedentarismo: faz diminuir a circulação periférica e aumenta as chances de sobrepeso.

Dieta com muita Gordura e Açúcar: facilita o inchaço das celulas adiposas.
Celulite e Obesidade:

É importante ressaltar que a celulite é totalmente diferente da obesidade. Existe uma grande confusão quanto às duas enfermidades crônicas, sendo inadequadamente vinculadas. Isto é compreensível até certo ponto, já que as duas afetam o mesmo tecido, alterando a imagem estética e o esquema corporal. Porem, repassando a descrição que acabamos de fazer e recordando que a obesidade é somente uma modificação no tamanho das células adiposas chegarão à conclusão de que a celulite e obesidade não têm relação entre, pois difere em suas causas, suas manifestações, sua localização. Suas características e seus efeitos. Prova disto e que uma grande porcentagem de mulheres, que padecem (sofre) com a celulite, não são obesas, tornando evidentes que a aplicação do mesmo tratamento para os dois problemas, mesmo que sejam simultâneos, e ineficaz. Alias as dietas hipocaloricas (de emagrecimento), longe de reduzir a celulite, a fez mais evidente na maioria dos casos.

Vítimas de Celulite:

Indivíduos do sexo masculino, pouco são acometidos pelo evento celulitico, por outro lado à porcentagem de mulheres é altíssimo, o que sugere presumir, que a afecção tem certa preponderância hormonal. Isto explica também porque a celulite aparece ou agrava-se na puberdade, na gravidez e na menopausa, podendo, no entanto, manifestar-se em qualquer etapa da vida. Tratamentos milagrosos minimizam o problema por um breve espaço de tempo e agravam-no recidiva. Tratamentos relâmpagos com métodos agressivos e evasivos, só pioram a celulite e comprometem as conseqüências físicas e emocionais da paciente. É necessária à atuação de uma equipe multidisciplinar e da colaboração total da paciente para obter resultados duradouros, já que as causas são inúmeras.O tecido que aloja a disfunção e estritamente delicado, porem nobres e leais. Se o tratamento for idôneo as chances de recuperação são reais.Vários fatores contribuem para o surgimento do problema, como é o caso da vida sedentária, do estresse, dos desequilíbrios e tensões emocionais, da alimentação industrializada, do excesso de proteínas e gorduras animais, frituras, consumo de açúcar branco em demais, da exposição excessiva ao sol, do alcoolismo, do habito de fumar, do consumo de drogas ou remédios alopáticos, da prisão de ventre e outros, alem de fatores hereditários, não esquecendo o consumo de anticoncepcionais.
Para não esquecer:
O açúcar branco e seus derivados devem ser evitados. Evitar produtos que podem conter hormônios sintéticos que prejudicam o sutil equilíbrio hormonal: salsicharia em geral, lingüiças, presunto, mortadelas, salames, carne vermelha fresca, carne de porco, banha de porco, frango de granja congelado, peru temperado, chester congelado, carnes enlatadas, ovos e queijos industrializados. Outros produtos capazes de produzir a celulite são as gorduras animais saturados e polissaturadas (carnes vermelhas em geral, peles, vísceras), o leite integral, os queijos gordos, as frituras carregadas e o chocolate. O álcool, o café e o excesso de massas e molhos também contribuem. Para reduzir o problema, é importante adotar uma dieta natural/integral, rica em cereais integrais, frutas, verduras, legumes, raízes, tubérculos, frutas e leguminosas.

Obs: A massagem Neurocirculatoria (Sueca) rápida profunda está contra-indicada a mulheres portadoras de Celulite devido a fragilização das paredes dos capilares venosos, eles encontram espremidos entre as células adiposas, gelificadas. O combate à Celulite é a Drenagem Linfática Manual.

Obs: Recomenda-se fazer atividade física orientado por um profissional da área da saúde, tomar no mínimo 2 litros de água por dia e ter uma boa alimentação.

Um comentário:

Anônimo disse...

OI Drª, adoro seu blog e sempre que posso passo pra pouco mais do assunto, estou terminando fisioterapia e tenho curiosidades sobre tratamento pra FEG a base de cafeína. Se puder me mandar artigos vou adorar e nomes de cosméticos. um abraço. (luciula_lu@hotmail.com)